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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Liminar muda calendário para adoção da audiodescrição na TV

A definição do cronograma para implantação da audiodescrição — narração em língua portuguesa integrada ao som original, com descrição de sons, elementos visuais e informações relevantes, beneficiando pessoas com deficiência visual e intelectual — é questão complexa, e deve prevalecer o entendimento do Ministério das Comunicações, “diante do quadro de pessoal que possui e da função constitucional que desempenha”. Com base nesse entendimento, o ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, acolheu em caráter liminar o pedido de suspensão de decisões que determinavam o cumprimento imediato do cronograma.
A liminar foi concedida durante a análise da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 309, em que a a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão questionava decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região e portaria do Ministério das Comunicações. O caso remete a 2006, ano em que o Ministério das Comunicações baixou a Portaria 310, concedendo prazo de 24 a 132 meses para que a audiodescrição fosse implantada. No entanto, as dúvidas e perguntas sobre detalhes técnicos levaram o órgão a abrir uma consulta pública sobre o assunto, o que resultou em outro cronograma, definido por meio da Portaria 188/2010.
O Ministério Público Federal ajuizou Ação Civil Pública, porém, e o Tribunal Regional Federal da 1ª Região acolheu a demanda, determinando a suspensão do calendário previsto na Portaria 188. Isso levou o ministério a editar a Portaria 322/A/2013, que determinou o cumprimento imediato do cronograma. A Abert entrou então com a ADPF junto ao STF, pedindo a declaração de constitucionalidade da Portaria 188 e a inconstitucionalidade da portaria de 2013 e do acórdão do TRF-1.
De acordo com a associação, a exigência de cumprimento imediato do antigo cronograma desrespeita preceitos fundamentais e não pode ser cumprida por conta de “obstáculos técnicos intransponíveis”, além dos altos custos da adaptação de uma tecnologia já defasa. Isso, segundo a Abert, causaria sérios problemas financeiros e operacionais, trazendo também impacto negativo em relação à migração para a TV digital. Além disso, afirmou a associação, o cronograma aprovado em 2010 leva em conta a necessidade de adaptação à TV digital e as dificuldades de implantação da audiodescrição com a tecnologia analógica.
Ao conceder a liminar, Marco Aurélio apontou que as dificuldades da matéria exigem conhecimentos e informações específicas indispensáveis. Assim, para o ministro, o Ministério das Comunicações é o órgão habilitado para tomar tais decisões, por conta do seu quadro pessoal e da função. Na visão dele, devem ser levados em conta “aspectos essencialmente técnicos, diagnósticos tematicamente particularizados e necessidade de amplo domínio sobre as limitações fáticas e as perspectivas operacionais”.
Marco Aurélio afirmou que as variáveis que causaram a alteração do cronograma podem ser alvo de demandas jurídicas, “especialmente se levada em conta a relevância constitucional do propósito social buscado”. No entanto, continuou o ministro, é necessário que os magistrados atuem com cautela e levem mais em conta as opiniões de especialistas no assunto. Ao conceder a liminar, ele disse que deixar de lado as razões que justificaram a mudança do cronograma pode levar a imposições que não podem ser feitas e caracterizar “usurpação de competência do agente constitucionalmente legitimado para resolver questões dessa natureza, resultando na transgressão de preceitos fundamentais como a separação de poderes, o devido processo legal e a eficiência administrativa”. 

Fonte : http://www.conjur.com.br/ Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.

Brasil teve 14 milhões de TVs Com Receptor digital de alta definição fabricadas em 2013





A transmissão de TV digital em alta definição no Brasil completou seis anos no dia 2 de dezembro. São 118 milhões de pessoas com a cobertura da nova tecnologia, segundo o Ministério das Comunicações, que tem feito um esforço grande relativo à TV digital em alta definição. Em 2011, somente 250 emissoras tinham direito a usar canais digitais. Em 2013, já existem cerca de 4 mil canais de TV disponíveis para a transmissão de TV digital por geradoras e retransmissoras de televisão.
Neste ano, foram fabricados 14 milhões de aparelhos de televisão com a tecnologia de alta definição. "Eu acho que todo mundo está procurando digital. Estão descobrindo e ficando encantados. É o ano da Copa e no Brasil. Então, provavelmente, chegaremos a 16 milhões de produtos", diz Lourival Kiçula, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).
Entenda a TV digital no Brasil
O que é?
O conteúdo é transmitido em formato de dados, como no computador. Chega às residências do jeito que foi transmitido pela emissora.
A TV analógica é transmitida de maneira contínua, o que torna o sinal sujeito a interferências geográficas. Com isso, a imagem e o som podem sofrer com ruídos e perda de qualidade.
Principais funções
Permite sintonizar imagens em alta definição (HD), mais nítidas e detalhadas e no formato 16:9, padrão no cinema.
O áudio habilita a transmissão em 5.1 canais, o chamado som "surround".
O telespectador pode acessar menus de programação ou ver aplicativos relacionados a um programa específico. No Brasil, o sistema de interatividade se chama Ginga.
É possível assistir em smartphones, GPS e tablets.
Do que eu preciso?
Pode ser sintonizada de dois modos: usando um conversor, ou "set-top-box", conectado ao seu televisor; ou por meio de um televisor que já tenha um receptor digital embutido.
Nos dois casos, é preciso ainda de uma antena UHF.
Operação
Inicialmente previsto para junho de 2016, o desligamento do sinal analógico foi adiado para dezembro de 2018.
"Estamos fechando 2013 com 60% da população, ou seja, quase 120 milhões de habitantes já têm acesso a esse conteúdo, chegando a 68% na realização da Copa", comenta Daniel Pimentel Slaviero, presidene de Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). "Teremos quase 150 milhões de pessoas aptas a receber. O sinal HD traz inúmeros beneficios para a população. Primeiro, uma melhora significativa na qualidade de áudio e vídeo", completa Slaviero.
A TV digital com imagens em alta definição substituirá o sinal analógico, que começa a ser desligado gradualmente a partir de 1º de janeiro de 2015, de acordo com decreto publicado em outubro passado pelo ministério. O ano de 2018 foi fixado como o prazo final do processo.
O sinal digital de televisão não tem chuviscos na imagem ou ruídos no som. Além da resolução em alta definição (HD), as transmissões digitais têm som "surround". A transmissão pode ser recebida em casa de duas formas. A primeira é um conversor externo, ou "set-top-box", que é conectado ao seu televisor de tubo ou de tela plana. A outra é um televisor que já tenha um receptor de TV digital embutido. Basta uma pequena antena interna ou externa para que a imagem seja exibida com alta definição.
Até a Copa do Mundo, em junho de 2014, a previsão é de que a cobertura de sinal digital possa atingir até 70% do público. A estimativa da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletrônicos) é de que durante o ano de 2013 a indústria venderá para o varejo cerca 13,3 milhões de unidades de televisores, entre LCD e plasma. Quando esses aparelhos chegarem às residências, totalizarão uma base instalada de mais de 50 milhões de unidades de televisores digitais.
Alguns modelos de smartphones também contam com um receptor de TV digital. Isso porque a tecnologia contempla mobilidade e permite que os usuários assistam à TV fora de casa. A expansão do sinal digital de TV também aumenta a interatividade do usuário com a programação. No Brasil, o sistema de TV interativa é o Ginga, um "middleware" (software de intermediação para aplicações) que permite a emissoras ou institutos de pesquisa criarem ferramentas próprias que relacionem transmissões de partidas esportivas, séries e documentários, por exemplo, com a intervenção dos telespectadores. Já existem alguns laboratórios espalhados pelo país focados em testar conteúdos e aplicações criadas para a TV digital brasileira. Dois deles ficam na Fundação Universidade do Tocantins (Unitins), em Palmas, e no Parque Tecnológico da Bahia, em Salvador.

Em 2014, a consolidação da TV digital terá um ano chave, já que conexões de banda larga 4G receberam aprovação para o uso da frequência de 700 MHz, atualmente ocupada por canais de TV em UHF. Com isso, a sintonia da TV digital pode sofrer interferência, , o que significa congelamentos nas imagens ou telas pretas. O custo para evitar esses problemas deverá ser arcado pelas operadoras de celular que arrematarem a frequência, segundo determinação da Anatel do fim de outubro.
Para o Ministério das Comunicações, no entanto, leilão da faixa de 700 MHz não é visto como um problema, mas sim como uma forma de acelerar ainda mais a difusão do sinal de TV digital no Brasil. Inclusive, o governo dispõe do programa "Minha casa melhor", que oferece crédito subsidiado de até R$ 1,4 mil para a compra de um televisor com receptor digital pelas populações de baixa renda. Para saber mais sobre TV digital e tirar dúvidas sobre o assunto, acesse o site TV Globo Digital aqui.
A cobertura da TV Globo, que investe na transmissão digital desde 2007, atualmente distribui o seu sinal por 73 emissoras em todos os estados do Brasil. Em dezembro, todo o conteúdo jornalístico do canal passou a ser transmitido em alta definição, totalizando 90% da programação da Globo em HD.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Brasil está perigosamente atrasado no uso do IPv6



O Comitê Gestor da Internet no Brasil publicou uma resolução (CGI.br/RES/2013/033) alertando todos os provedores e administrados de sistemas autônomos sobre a importância da efetiva migração para o IPv6. "Estamos adiantados na distribuição de blocos IPv6, adiantados no treinamento, mas atrasados no uso, em relação aos demais países. O pessoal não está entrando no jogo", afirma Demi Getschko, Diretor-Presidente do NIC.br.
Segundo Demi, o IPv6 é responsável por apenas 0,5% do tráfego gerado na Internet brasileira hoje, proporção abaixo da média mundial, entre 1,75% e 2%. Em países como o Peru, que tem uma distribuição de endereços bem menor que a do Brasil, esse volume já chega a 3%. Já na França é de 5% e na Alemanha, de 4,5%.
A situação preocupa, porque a previsão é a de que os blocos IPv4 cheguem ao fim no país ainda no primeiro semestre de 2014, quando só será possível distribuir endereços IPv6.  Esse primeiro lote de usuários IPv6 corre o risco de não conseguir acessar boa parte dos sites brasileiros, segundo Demi.
O atraso no uso efetivo do IPv6 dificultará sobremaneira a expansão sustentável da Internet. Segundo a resolução do CGI.br, diversos entraves surgirão para:
  • Usuários, uma experiência de navegação pior, eventual falha no funcionamento de serviços específicos como VoIP, jogos online,compartilhamento de arquivos peer to peer, streamings de vídeo etc;
  • Provedores de acesso Internet, uma complexidade maior em suas estruturas, com custos crescentes;
  • Provedores de conteúdo e serviços, necessidade de adaptação nos sistemas de autenticação baseados no endereço IP, em sistemas de geolocalização e medições de seus usuários e serviços;
  • Segurança e estabilidade da Internet, dificuldade adicional na utilização de sistemas de segurança baseados em reputação dos IPs, como blacklists, e no uso do IPSec;
  • Desenvolvedores, eventual quebra da conectividade fim-a-fim, dificultando a inovação.
 Para tentar acelerar o processo, o CGI.br decidiu enviar ofício para o SBC e sua Comissão Especial em Redes de Computadores e Sistemas Distribuídos (CE-ReSD), o LARC, a ANDIFES, a ABRUEM, a FEBRABAN, a Câmara-e.net, para as principais operadoras de telecomunicações, principais empresas e entidades representativas ou com destaque, em diferentes setores, reforçando a urgência da implantação do IPv6 e questionando sobre que medidas estão sendo adotadas ou planejadas, e seu cronograma de implementação. E apoiar a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão na criação de um plano de metas para a adoção do IPv6 nas entidades do Governo Federal.
Recomendações adicionais serão enviadas à Rede Nacional de Pesquisa (RNP) para apoiar e incentivar gestores de TI dos diferentes campus universitários, na implantação do IPv6 e utilização dos Pontos de Presença existentes. Universidades são convidadas a oferecer cursos de formação, capacitação ou educação continuada em IPv6, assim como seus docentes são incentivados a utilizar em suas aulas estudos de casos, exemplos e laboratórios com IPv6. As instâncias do Governo Federal, Estadual e Municipal também são lembradas a incluir o suporte a IPv6 como requisito na compra de equipamentos e em seu provimento de acesso à Internet, além de estabelecer critérios e cronogramas de implementação em suas redes.
Histórico
O NIC.br é o distribuidor oficial de blocos IPv6 para o Brasil desde 2006
. Na época, existiam 300 redes (ASNs) que compunham a Internet no Brasil; hoje são mais de duas mil. Mesmo com o crescimento da Internet no Brasil, os prazos para alocação de novos blocos são rigorosamente respeitados normalmente.
Como forma de estimular toda a cadeia de interessados no desenvolvimento da rede no Brasil, o Registro.br isentou de cobrança até julho de 2013 todo e qualquer provedor que solicitasse blocos IPv6. A partir de julho, a cobrança passou a ser realizada somente a ASNs que nunca tivessem realizado pedidos de blocos ao Registro.br.
Desde 2009, o NIC.br promove treinamentos sobre IPv6 gratuitamente para profissionais de operadoras de telecomunicações, provedores Internet e outras instituições. Até agora 103 turmas foram treinadas, num total de 3097 profissionais. Dessas turmas, 14 foram exclusivas para as principais operadoras.

Fonte: 
Cristina De Luca (http://cio.uol.com.br/tecnologia)

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

HEVC : Novo codec traz benefícios reais para OTT


Quem visitou IBC deste ano provavelmente não foi capaz de evitar todo o 4K (também conhecido como UHD ). Dado todo esse alvoroço, só se pode deduzir que 4K é o futuro para  toda a indústria, já que não passa uma semana sem que se veja notícias sobre  4K ou sobre alguma iniciativa que prometa entregar 4K para na casa dos usuários .
O próprio Netflix está testando stream de conteúdos em 4K. O serviço OTT já incluiu ao seu catálogo alguns vídeos nesta resolução, oferecendo, nos Estados Unidos, algum conteúdo
como por exemplo a série original “House of Cards”  que foi gravada em 4K nativo.
Tecnicamente falando existem ainda alguns impeditivos para que isso aconteça em larga escala:
A curva de adoção do novo padrão (H265/HEVC):  Deve levar ainda um ano ou dois para termos chipset´s que suportem H264 e H265 ,( até hoje temos legado em MPEG2, porque alguém acha que isso não vai acontecer com o HEVC também).
HDMI: Embora o atual padrão HDMI 1.4 possa suportar a resolução 3840 × 2160 UHD (onde a resolução 4K é realmente de 4096 × 2160  ) , ele só suporta até 30fps e com apenas 8 bits por cor . O novo HDMI 2.0, suporta todos os recursos do UHD , incluindo a maior gama de cores ( REC2020 ) e uma melhor resolução  (30 bits deve ser suficiente ),o que é realmente essencial para melhorar a imagem.
O HDMI 2.0 foi oficialmente anunciado e lançado pouco antes do IBC , com alguns grandes fabricantes ( exceto a Panasonic ), que já anunciaram modelos específicos de apoio a ele na IFA2013 em Berlin.
Porem a verdadeira massa de monitores com suporte a  HDMI 2.0  será anunciada apenas  na CES em janeiro de 2014 , de modo que provavelmente vão começar a aparecer nas lojas dos EUA só a partir de março de 2014, no mínimo.
Assim , todas as iniciativas de incluir UHD/4K  na sala dos usuários, provavelmente vão levar pelo menos mais um ano antes de demonstrarem qualquer possibilidade que possa ser implantada. Mesmo assim, este tipo de solução estaria longe de atingir um mercado de massa e só seria relevante para um punhado de felizardos, que podem pagar cerca de US$20.000 dollares por uma tela de 80” UHD, pois  os preços só devem cair para o mercado de massa em 2015 , no mínimo.
O grande mercado que eu realmente acredito que deve usufruir dos benefícios do HEVC é o OTT SD/HD .
Primeiramente pela capacidade que esse novo codec tem de permitir que se transmita o mesmo conteúdo em menor largura de banda, ou ainda , melhorar o conteúdo (resolução) usando a mesma largura de banda.
Se levarmos em conta que a média da largura de banda dos usuários aumenta de forma consistente em todo o mundo , o impulso que o HEVC pode dar ( em qualidade de imagem, ou em redução de banda contratada) aos provedores de TV OTT é substancial.
HEVC não é apenas um alavancador   para o UHD/4K (que como já falei deve demorar para  chegar ao mercado de massa ) , é um alavancador para toda a indústria ,pelos reais benefícios que pode trazer de redução do uso  de largura de banda necessária na rede . Para quem como eu ,  acredita que o  4K só vai estar presente nos lares em um ano ou dois, o HEVC/H265 deve ser reconhecido como a melhor solução  para o mercado de TV OTT em 2014.



sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Morre Nelson Mandela : O Mundo fica sem o seu maior simbolo da luta pela Liberdade !!


Mandela, com sua morte ( neste dia 5 de Dezembro de 2013, aos 95 anos, ) entra para a História como o principal líder do continente africano, reconhecido em todo o mundo pelo desempenho em favor da liberdade, da justiça e dos direitos humanos.   



quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

TV digital: Minicom finaliza teste com multiprogramação


Uma série de testes foi recentemente realizada pelo Ministério das Comunicações para verificar os limites da qualidade do vídeo para transmissão do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD). Segundo o Diretor de Acompanhamento e Avaliação de Serviços de Comunicação Eletrônica do MiniCom, Octavio Pieranti, os testes foram pensados inicialmente para o Canal da Cidadania.
"Imaginava-se que seria possível a transmissão de apenas 4 programações com qualidade adequada de vídeo e áudio, mas os testes comprovaram que é possível fazer mais", explica. A médio prazo, acrescenta, a avaliação poderá ampliar os limites do SBTVD, aumentando suas possibilidades.
Realizados em parceria com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), os testes verificaram a taxa mínima necessária para vídeos Full HD (alta definição) e SD (standard definition) com boa qualidade, de forma a verificar a quantidade de programações possíveis para o canal de TV Digital, que é de 6 MHz. A conclusão das medições feitas é que nesse canal é possível transmitir com qualidade muito boa uma programação em Full HD e quatro em SD, além da programação One Seg – destinada à transmissão para dispositivos móveis, como smartphones e tablets.
Pieranti ressalta que a vantagem para o telespectador é poder contar com uma maior diversidade de programação veiculada por uma mesma entidade, incluindo aí os recursos de interatividade e a tecla SAP. Já para as emissoras educativas, que podem e desejem optar pela multiprogramação por meio do Canal da Cidadania, os testes servem de subsídio ao mostrar que elas não teriam problemas técnicos para fazer o uso desse recurso.
De acordo com o diretor do MiniCom, os testes foram realizados seguindo os critérios da União Internacional de Telecomunicações (UIT), mas com rigor técnico ainda maior do que o utilizado pela entidade, o que possibilitou uma análise mais crítica. Para Pieranti, no futuro será possível obter melhores resultados técnicos, em virtude da evolução dos codificadores de fonte ou canal.
Além disso, as conclusões dos testes podem ter impacto no cenário internacional, já que mostram que uma programação de boa qualidade pode ser transmitida com taxas de transmissão menores do que se imaginava, refletindo em mais programações por canal. E isso, segundo Pieranti, também pode levar outros países a optar por esse sistema de transmissão.
No Brasil o uso do recurso da multiprogramação é permitido apenas para emissoras da União e para o Canal da Cidadania. Assim, as emissoras educativas podem utilizar o recurso por meio do Canal da Cidadania, que permite à entidade exibir uma faixa com a programação que já exibe normalmente e mais quatro faixas de conteúdo previstas no programa do MiniCom.

Histórico

A multiprogramação é um calcanchar de aquiles na TV digital brasileira Em março de 2012, o governo regulamentou, por portaria, o Decreto 5820/2006, que trata das normas sobre a TV Digital no país – em especial reafirmando que apenas as emissoras públicas poderão utilizar a multiprogramação. A portaria permite o compartilhamento não-oneroso das faixas de programação entre órgãos da União – que tenham canais de 6 MHz consignados para transmissão digital – e órgãos, autarquias e fundações públicas dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Devem ser respeitadas as finalidades educativas, artísticas e culturais; divulgação de programações locais e regionais; de estímulo a produções independentes; divulgação de atos, sessões, etc de interesse dos órgãos e, ainda, aplicações de serviços públicos. 
A portaria determinou, também, que as retransmissoras só poderão utilizar o recurso da multiprogramação caso receba todo o conteúdo da geradora – portanto, sem possibilidade de alterações. Na prática, apesar das possibilidades de compartilhamento entre órgãos federais, estaduais e municipais, o governo manteve a restrição às emissoras privadas – que portanto só podem atuar na TV Digital com canais de alta definição. O tema chegou a ser levado à Justiça, em 2009, quando Band e RedeTV questionaram a proibição para que elas também utilizassem o recurso da multiprogramação. A Justiça Federal negou o pedido de tutela antecipada.