O Advento Segunda Tela e o sincronismo de mídias, tem despertado o interesse de muitos provedores de conteúdo.
Um exemplo disso foi
dado pela canal Fox, que lançou um aplicativo que sincroniza TVe
tablets (no caso, o IPad2). O aplicativo foi desenvolvido para ser
utilizado enquanto se assiste à série Bones.a ideia é que o
conteúdo do iPad seja sincronizado com o que é exibido na TV em
“tempo real”, e exiba informações adicionais, que complementem
o seriado.
Durante o programa,
é possível ainda conversar com outras pessoas que estão assistindo
ao seriado, checar a biografia dos personagens e ler pistas que
ajudam a desvendar os casos da série.
Ao ver aplicativos
desse tipo é impossível não pensar que finalmente o paradigma do
telespectador esta sendo quebrado.
Uma das principais
características da TV Digital Interativa são as possibildades de
interação com os quais os telespectador se depara,e geram uma
quebra do fluxo continuo da programação de TV. Essa quebra de fluxo
continuo esta mais próxima da linguagem multimidia do que
própriamente da forma de se ver TV, pois ela insere elementos de
hipertexto,com links e associações. Isso muda substancialmente a
forma como o telespectador esta acostumado a se relacionar com a TV,e
gera nele a necessidade de “aprender” um nova forma de assistir
TV.Com isso a TVDigital Interativa gera uma mudança cultural que vai
muito alem da mudança tecnológica. Trazendo a tona, novos modos de
pensar, agir e sentir, para dentro da experiência de assistir TV.
Neste sentido ao modificarmos a cultura do telespectador (em função
também da nova linguagem de produção do conteúdo áudio visual),
também estaremos gerando mundanças na maneira de como as pessoas
adquirem conhecimento e na forma como entendem o mundo a sua volta.
Estaremos por fim, vendo o nascimento de um novo conceito. O conceito
do Teleparticipante.
Até
hoje o conceito de telespectador é o de um sujeito passivo diante da
programação. Através dos recursos interativos,da segunda tela , da
possibilidade de personalização da grade de programação , de
gerar conteúdo etc, nasce o Teleparticipante,este
é o novo conceito de publico que passaremos a lidar.
E
quem é o Teleparticipante ?
O Teleparticipante,
não precisa ser um heavy user em informática, ou coisa do gênero.
Ele é o telespectador trazido para dentro da TVDigital ,convidado
por interfaces gráficas amigáveis e aplicativos mnemônicos e
auto-explicativos que abrem toda uma gama de facilidades ainda não
experimentadas.
O
Teleparticipante poderá manipular informações ao longo da exibição
do programa( ou responder a estímulos do apresentador de um programa
de auditório,ou enviar questões para um talk show).
As
opções de interação aparecem na tela por meio de “icones”,em
seus dispositivos móveis, que podem ser acionados sem a necessidade
do controle remoto. Os botões abrem as camadas interativas e
permitem a navegação dentro dessas camadas.
Para isso, os
recursos interativos devem ser tão inteligentes e amigáveis o
quanto possível para atrair novos clientes e fidelisar os que estão
na base. A simples bandeira de interatividade, ou da segunda tela,
sem um real propósito, e mais ainda, sem uma bom modelo de negócio
atrelado a ela, não resultara em receita instantânea mas sim na
fuga dela.
O
uso racional e criativo da interatividade é que tornará o
diferencial estratégico entre as empresas ; mostrando que a união
entre usabilidade e interface gráficas amigáveis começam muito
antes do usuário apertar o botão “Power” de sua TV ou Tablet.
É importante
lançarmos um olhar agora para o universo da publicidade e vermos que
até agora no mundo inteiro (apesar de diversas tentativas) não há
realmente um só anuncio de TV Interativa que seja atraente o
suficiente para convencer os anunciantes, analistas financeiros e
claro os próprios consumidores de perder seu “precioso tempo”
pressionando ícones para ver mais detalhes de um produto.
Isso porque, o
consumidor sempre estará mais apto a desfrutar de sua programação
sem interrupções em sua “primeira tela”, e respondera as
chamadas de “segunda tela” que lhe pareçam mais sensatas.
Se seguirmos este
pressuposto, então veremos que o futuro da publicidade interativa
deve estar de alguma maneira atrelado aos anúncios que utilizan-se
dos artifícios de sincronização com os dispositivos de segunda
tela. A grande sacada aqui é fazer com que o anuncio se conecte com
o consumidor através dos dispositivos móveis, enquanto esse esta
sendo veiculado na primeira tela.
Imagine um anuncio
de carro que inicialize um app em um tablet, quando este estiver
sendo veiculado na primeira tela. E esse app, lhe traga informações
extras sobre o produto anunciado.
Esse é um tipo de
conexão que não é facil de se conseguir, pois devemos reconhecer
que de fato o interesse dos consumidores em tornarem-se ativos e
envolver-se com os comerciais é baixo. Mesmo porque a hora do
“comercial” é
um momento de grande distração, onde as pessoas aproveitam para ir
ao banheiro, para levantar e tomar um café, ou mesmo para iniciar
uma conversa na sala. Mas acredita-se que com a proliferação dos
dispositivos de segunda tela, as probabilidades de engajamento do
publico alvo com seu produto aumentara consideravelmente, se os
dispositivos estiverem sincronizados. Mais do que nunca a máxima de
conhecer o comportamento do consumidor será uma verdade, pois
transformara desafios (distração) em oportunidades.
Quando os
anunciantes forem capazes de considerar os tipos de distração que
estão levando seus usuários para longe do campo de visão da Tv,
descobrirão que os mesmos dispositivos responsáveis por essa
distração, são na verdade o veiculo que lhes trará toda a atenção
de volta, através do sincronismo de midias tornando-os em um veiculo
de publicidade ainda melhor.
A sincronização
entre dispositivos moveis ( segunda tela) e a Tv ,permitira a
publicidade uma variedade de novas direções. Direções essas , que
hoje ainda não sabemos quais são , pois tanto desenvolvedores
quanto usuários estão engatinhando nesse novo universo de
oportunidades, mas não se enganem é preciso que todos estejam
preparados para
o Advento da Segunda Tela e de seu melhor usuário: o
Teleparticipante!
Bibliografia: