No passado:
Over
the Top: uma
frase militar derivada da guerra de trincheiras da Primeira Guerra
Mundial
.
No
futuro:
Over
the Top:
conteúdo
de vídeo entregue através de meios alternativos
; popularmente conhecido como OTT TV.
A
entrega de vídeo via Internet diretamente nos dispositivos dos
usuários conectados, permite acesso em qualquer lugar, a qualquer
tempo ao seu programa favorito, ou noticia que esteja procurando.
Muitas das barreiras à implementação massiva dos serviços OTT TV
estão sendo suplantadas e com isso, abre-se o potencial de
transformar a face da indústria de TV, criando novas oportunidades
de negócio para os players existentes e também possibilitando novos
entrantes.
Agora que muito conteúdo em vídeo está disponível
online, a grande pergunta é: Sera que no futuro, a programação
de TV migrara inteiramente para a Internet, deixando para trás os
tradicionais provedores TV aberta, TV a cabo e TV via satélite ?
Obviamente
ainda vai levar algum tempo para que os serviços OTT possam
competir com os provedores tradicionais, principalmente no que tange
aos padrões de programação entregues pelos broadcasters
brasileiros. Porém o que parece ser um caminho sem volta, é que
cada vez mais e mais aumenta a demanda por vídeos online, os
provedores de serviço e desenvolvedores de hardware (fabricantes de
TV , media center,HomeTheater) estão disputando o espaço nas salas
dos usuários e as soluções OTT TV parecem ser a killer aplication
do momento. (embora não tenham um modelo de negócio bem
definido).
Podemos destacar 3 razões para que o OTT TV tenha um
grande impacto na industria de midia:
Razão
um: Customização
A uma
repulsa do publico jovem em não assistir TV, mas sim de “produzir”
sua própria grade de programação e o OTT TV nesse sentido torna-se
uma peça-chave para que conteúdos e serviços relevantes possam
ser customizados para esse tipo de consumidores;
Razão
dois:Conteúdo é tudo, não importa de onde vier
Para o
publico leigo, conteúdo é conteúdo não importa da onde ele vem (
por cabo, pela Internet ou por Satélite), ancorados nessa visão,
novos players de dentro e de fora da indústria surgirão para
desafiar os operadores existentes, oferecendo aos usuários muito
mais opções de escolha, pois o novo mantra entoado pelos players de
OTT TV é : “O conteúdo é tudo”;
Razão
três: Necessidade de Novos modelos de negócios para os
Broadcasters e Operadoras
Ainda
sobre a personalização da chamada grade de programação, veremos
os usuários sendo capazes de construir portais de conteúdo
personalizados ,agregando uma variedade de diferentes provedores de
conteúdo, (incluindo os principais estúdios), isso fara surgir a
necessidade de novos modelos de negócio que aproveitem as
facilidades da integração de produtos e tecnologias, teremos então
uma nova base de competição, a de consumo de conteúdo e não mais
só de audiência.
Através dessa razões veremos então uma "Briga de gigantes"
onde,as operadoras procurarão se consolidar ou formar alianças para
competir contra esses prestadores de serviço OTT (Nomeadamente o
GoogleTV e CIA) Essas Mega-operadoras devem criar serviços
premium de conectividade e de conteúdo digital convergente, mas isso
são puras especulações.
A
única certeza até agora , como já disse antes, é que a
Internet criou uma nova geração de consumidores de vídeo, com
expectativas elevadas em relação a liberdade e flexibilidade da
grade de programação, é através dessa nova ótica (tendência)
que as operadoras devem enxergar o futuro.
Do meu
ponto de vista, acho que o OTT é algo que os Broadcasters devem
prestar atenção.Não só por que isso esta redefinindo o modelo de
negócio de distribuição de vídeo,mas também todo o ecossistema
ao redor dos dispositivos que estão se integrando aos televisores.
Se antes, era impensável agregar uma placa de rede a uma TV, hoje
descobrimos que Isso irá conduzir novas relações e relacionamentos
e reordenar todos os outros existentes.
No
passado com o surgimento do Triplo Play, onde as operadoras de cabo
pareciam “ameaçar” as operadoras de telefonia com seus serviços
de Voz sobre IP (VoIP). Hoje os serviços concorrem juntos. Hoje
portais da Internet como o You Tube (Google) parecem ameaçar os
Broadcasters, pois usam uma porta de entrada nunca antes imaginada na
TV ( O IP). Mas isso deve ser momentâneo, pois o novo sempre assusta
,a saída (me parece) é tratar os serviços OTT, como é tratado a
retransmissão do sinal da programação aberta para as oberadoras de
Cabo e Satélite. Ainda que falte uma regulamentação para os
serviços OTT, os Broadcasters devem trabalhar novos negócios no
ecossistema OTT com as empresas que controlam os dispositivos e
interfaces dos consumidores.
Se os
Broadcaster forem capazes de vincular-se aos serviços OTT com
modelos de negócio próximos do utilizados hoje para cabo e
satélite eles ampliaram em muito sua presença entre o publico jovem
que odeia sua grade de programação .
É
importante entender, o que realmente define o modelo de negocio são
os dispositivos que controlam o acesso as redes de serviços, sejam
eles set top box , players de stream (embutidos ou não em
televisores) ou consoles.
O
desafio que o OTT traz a este mercado, é que novos tipos de
set-top boxes estão conectando a televisão a Internet e isso
rompe o ecossistema que cresceu em torno do aparelho de televisão e
isso é um mercado com o qual as operadoras de Tv por assinatura e os
broadcasters ainda não sabem como lidar.
Porém
ainda existem barreiras técnicas e juridicas a serem vencidas
(Principalmente para os países da América Latina ).
As
principais barreiras à adoção da OTT TV são:
OTT TV
precisa de dispositivos que suportem os seus novos padrões para
tornar-se presente massivamente em qualquer lugar (ubiqüidade);
Limitações
de banda das atuais conexões, na maioria ADSL, impactam na
qualidade requerida pelos conteúdos HD.
Com
exceção de determinados nichos, os custos ainda favorecem
distribuidores tradicionais, no entanto com a queda de preços dos
serviços IP essa diferença tende a desaparecer;
Não
podemos esquecer dos provedores de backbone ,eles são a “estrada”
por onde os serviços de stream do OTT correm, e logo vão querer
colocar restrições ao transporte deste tipo de tráfego; caso não
sejam incluídos no modelo de negócio.
É
preciso lembrar que usabilidade nestes novos serviços é a palavra
chave para cativar os usuários inexperientes e encantar os já
“antenados” com a tecnologia. ( Lembrem-se TV não é PC).
No fim,
o futuro sera IP. E cada vez mais e mais nossos televisores serão
centrais de entreterimento e informação comandados por um publico
livre .