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quinta-feira, 17 de março de 2011

SOBRE A FALTA DE PROFISSIONAIS DE TELECOM NO MERCADO


A matéria( publicada no post anterior) não reflete todas as causas da chamada “Carência de mão obra no setor de telecom”, o que observamos ao longo dos últimos anos, foi uma sucessão de erros estratégicos das empresas, dispensando mão obra experiente( para justificar redução de custos) em troca de principiantes  com  salários reduzidos  na ordem de 30% á 40%  dos regulares.  

Os leigos dirão: mas isso ocorre em todos os setores da economia. Mas não é verdade ,
Pode-se ver por ai, ofertas de trabalho para Engenheiros , oferecendo salários entre R$ 3000,00 e  R$ 3.500,00,  ou oferecendo contratos temporários de 3 a 12  meses . Dessa forma podemos entender que   não faltam profissionais,  há falta sim  de salários atraentes e perspectivas de continuidade no mercado. 

Todos querem mão obra formada e pagando baixos salários. Dispensáveis a qualquer variação da economia.

Algumas empresas contratam  engenheiros por valores inferiores ao da legislação,e  as que estão no valor da legislação pagam somente o piso e pronto, ou seja, simplesmente não existe política de salários. O que acontece é que engenheiros com mais experiência continuam ganhando o mínimo, com isso acabam migrando para áreas com salários mais atrativos e com políticas salariais atraentes, que é o caso dos concursos públicos.
Isso se reflete diretamente no mercado de Telecom no Brasil que vem sobrevivendo com engenheiros recém formados ou engenheiros que ficam desempregados por um longo período e se vêem obrigados a  aceita  qualquer salário.  Some-se a isso empresas desonestas que exigem diplomas de engenharia ,mas na hora do registro deixam o profissional como analista ou técnico pleno, para não ter que pagar os encargos reais dos salários de engenharia. 
É como um hospital contratar um médico e registrar o mesmo como enfermeiro.
A isso tudo podemos também colocar uma boa parcela de culpa na sagrada instituição do CREA, que simplesmente não atua em nada para mudar este ciclo vicioso, nem ao  menos fiscalizando os salários abaixo da legislação.
Dessa forma se o  mercado não quer pagar pelo profissional qualificado com experiência, deve conviver com a baixa qualidade nos serviços.
 Os profissionais existem, mas quanto querem pagar por eles?







ARTIGO DA REVISTA TELETIME :PROCURAM-SE PROFISSIONAIS

Transcrevo abaixo o artigo da Revista Teletime : Após isso gostaria de fazer varias considerações sobre isso ...

Fonte: Revista Teletime - Edição 139
[10/03/11]  Procuram-se profissionais <http://www.teletime.com.br/10/03/2011/procuram-se-profissionais/tt/216962/revista.aspx>  - por Daniel Machado

A escassez de mão-de-obra especializada em telecomunicações não é novidade no Brasil. Nem mesmo a relação desfavorável entre a oferta e a demanda por serviços, que complica ainda mais essa carência. A novidade é que fazia um bom tempo que o mercado brasileiro de telecom não terminava um ano de maneira tão positiva e promissora do ponto de vista dos serviços. Simultaneamente, vendas recordes em diversos segmentos, como TV por assinatura, 3G e fibra óptica, leilão da banda H e grandes fusões, como as que envolvem a Portugal Telecom e Oi e a Telefônica e Vivo. Sem falar nas grandes obras de infraestrutura que envolverão o Plano Nacional de Banda Larga, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos no país.

O bom momento evidencia ainda mais um crônico problema que acomete a indústria de telecomunicações: faltam profissionais em todos os níveis e categorias, do lançador de fibra óptica da rede externa ao engenheiro mais especializado.

Procuram-se engenheiros

Esse tipo de anúncio é comum nas páginas de classificados de empregos no Brasil. E nos próximos anos ficará ainda mais. De acordo com estimativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 2012 haverá 150 mil vagas abertas para engenheiros (em todas as áreas) no país e não haverá profissionais para preenchê-las. Isso porque o país conta atualmente com 600 mil engenheiros registrados e forma outros 30 mil por ano, enquanto países como Índia e China formam, respectivamente, 300 mil e 400 mil por ano.

Para complicar ainda mais o quadro, o índice de evasão dos cursos de engenharia no Brasil é de 60%, um dos maiores do terceiro grau. A informação é da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão ligado ao Ministério da Educação, que pretende até lançar em 2011 um Plano Nacional Pró-Engenharia. O objetivo do programa é impulsionar a formação de engenheiros no Brasil por meio de bolsas de permanência para os estudantes a fim de dobrar, nos próximos cinco anos, o número de formados.

E, se já não bastasse o alto índice de evasão universitária em engenharia, acontece uma segunda sangria de engenheiros formados, já no mercado de trabalho. Segundo Aloysio Byrro, chairman da Nokia Siemens Networks, esse índice de fuga é da ordem de 80%. “São 35 mil formados por ano, dos quais só 20%, ou 7 mil, seguem a carreira. Na China esse índice é de 60%”, adverte. “A base estratégica do setor de telecomunicações é formada pelos engenheiros, e temos percebido uma crescente falta de interesse dos jovens por essa profissão e pela área de exatas como um todo”, comenta Byrro. “Além disso, há muitas faculdades de fachada, baixo nível do corpo docente e de laboratórios. Engenharia precisa de laboratório!”, acrescenta.

Especialistas atribuem o baixo número de formandos em engenharia ao período de aproximadamente 20 anos nos quais a economia brasileira praticamente se manteve estagnada, reduzindo a demanda por profissionais do setor. Além disso, boa parte dos engenheiros migram para outras atividades, com remuneração mais vantajosa, como o segmento financeiro.

Hugo Valério, diretor da área de TI da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), faz uma análise ainda mais ampla do tema e diz que o desinteresse pela carreira de engenheiro tem raiz na infância do estudante, ainda no ensino fundamental. “Basta olhar para o ranking internacional que mede o conhecimento dos alunos em matemática. O Brasil está nas últimas colocações”, adverte. O diretor se refere ao Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), realizado em 2009 pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) com 470 mil estudantes de 15 anos em 65 países. O Brasil atingiu a 57ª colocação em matemática, com nota 386, abaixo do Uruguai (48º), Chile (49º), México (50º) e, na América Latina, acima somente da Colômbia (58º), Peru (63º) e Panamá (64º). O conhecimento dos brasileiros na disciplina se mostrou similar ao de estudantes de países como Jordânia e Albânia. O ranking é liderado pela China, que obteve pontuação média de 600, seguida pelos asiáticos Singapura (562), Hong Kong (555), Coreia do Sul (546) e Taiwan (543). “Estamos com deficiência no ensino de matemática desde o ensino fundamental. Faltam professores. O governo precisa investir aí”, diz Valério.

Outra condição central, de acordo com Byrro, para se suprir a carência de engenheiros no mercado de telecomunicações é a desoneração do custo trabalhista. “Esse carga no Brasil atinge 100%, enquanto em países como os Estados Unidos é de 8%. No Canadá, a cada dólar investido há um dólar de incentivo por parte do governo. Não dá para competir assim”, reclama.

Problema generalizado

Não faltam apenas engenheiros no mercado de telecomunicações, mas também trabalhadores da base da pirâmide, de menor qualificação técnica, porém fundamentais para as operadoras de telecom, tanto na expansão das redes metropolitanas quanto do backhaul e backbone.

Segundo Hélio Bampi, diretor de relações institucionais da Abeprest, associação que congrega as empresas instaladoras de redes externas do país, a falta de mão-de-obra atinge toda a cadeia de implantação de cabos ópticos. “Falta gente especializada no mercado, do meio-oficial de linha, ou aprendiz de lançador de fibras ópticas, até o lançador de cabo, passando pelo auxiliar de emenda de fibra, o emendador e o testador”, diz o diretor, que vivencia o problema diariamente por ser também presidente da Radiante, prestadora de serviços que executa instalações de redes externas.

O principal motivo dessa carência são os baixos salários desses profissionais que, segundo Bampi, é consequência das baixas margens dos contratos com as operadoras. De acordo com ele, os valores contratuais enxutos estabelecidos pelas operadoras têm gerado não só a escassez de profissionais, mas também a migração de empresas do setor para outros segmentos de negócio, como segurança patrimonial, monitoração eletrônica, logística reversa, biodiesel e reciclagem. “Não é para menos: já atuamos em um mercado com poucos compradores e ainda por cima com preços os mais baixos possíveis, negociações extensas e extenuantes, fica difícil manter a boa remuneração dos funcionários, que também estão indo para outros setores, como construção civil e segurança patrimonial”, acrescenta.

Segundo o dirigente, o crescimento do contingente de profissionais das prestadoras de serviços deveria ser de 13% ao ano até 2014 para que sejam absorvidos todos os investimentos realizados neste período pelas operadoras. “Por isso, essa equação precisa ser urgentemente resolvida, é preciso haver uma repactuação financeira em patamares superiores para reter e atrair mão-de-obra”, reclama.

O executivo comentou que durante três dias a Radiante chegou a realizar um trabalho de divulgação de 70 vagas de instaladores nas ruas de Curitiba, com panfletagem e veículos com auto-falante. “Meu resultado foi péssimo, só três pessoas”, lamenta.

A diretora geral da AES Atimus, Teresa Vernáglia, também se mostra preocupada com a situação. “O mercado está extremamente aquecido e faltam engenheiros e demais profissionais em todos os segmentos. Estamos ajudando na formação de mão-de-obra, juntamente com nossos prestadores de serviços, não só para a formação como também para a retenção e integridade física dos profissionais desse setor”, acrescenta.

O problema afeta até mesmo as grandes operadoras. A Telefônica, por exemplo, também é obrigada a fazer o treinamento interno de funcionários, mesmo os terceirizados, mas reconhece que mesmo assim falta mão de obra no mercado.

Engenheiros importados

Se há escassez de engenheiros no Brasil, o mercado começa a buscar novas formas de suprir essa carência. Segundo dados da Coordenação Geral de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), entre 2008 e 2009 o número de autorizações concedidas a engenheiros estrangeiros saltou 27%, de 2.712 para 3.542. Entre janeiro e julho deste ano, a entrada de estrangeiros no País já superou os números de 2008, com 2.804 autorizações. O Brasil deve encerrar 2010 com a entrada de 4,8 mil engenheiros estrangeiros, um crescimento de 39% em comparação ao ano passado.

terça-feira, 15 de março de 2011

OVER THE TOP (OTT) E O FUTURO DOS BROADCASTERS



No passado:
Over the Top: uma frase militar derivada da guerra de trincheiras da Primeira Guerra Mundial .
No futuro:
Over the Top: conteúdo de vídeo entregue através de meios alternativos ; popularmente conhecido como OTT TV.

A entrega de vídeo via Internet diretamente nos dispositivos dos usuários conectados, permite acesso em qualquer lugar, a qualquer tempo ao seu programa favorito, ou noticia que esteja procurando. Muitas das barreiras à implementação massiva dos serviços OTT TV estão sendo suplantadas e com isso, abre-se o potencial de transformar a face da indústria de TV, criando novas oportunidades de negócio para os players existentes e também possibilitando novos entrantes.
Agora que muito conteúdo em vídeo está disponível online, a grande pergunta é: Sera que no futuro, a programação de TV migrara inteiramente para a Internet, deixando para trás os tradicionais provedores TV aberta, TV a cabo e TV via satélite ?
Obviamente ainda vai levar algum tempo para que os serviços OTT possam competir com os provedores tradicionais, principalmente no que tange aos padrões de programação entregues pelos broadcasters brasileiros. Porém o que parece ser um caminho sem volta, é que cada vez mais e mais aumenta a demanda por vídeos online, os provedores de serviço e desenvolvedores de hardware (fabricantes de TV , media center,HomeTheater) estão disputando o espaço nas salas dos usuários e as soluções OTT TV parecem ser a killer aplication do momento. (embora não tenham um modelo de negócio bem definido).
Podemos destacar 3 razões para que o OTT TV tenha um grande impacto na industria de midia:
Razão um: Customização
A uma repulsa do publico jovem em não assistir TV, mas sim de “produzir” sua própria grade de programação e o OTT TV nesse sentido torna-se uma peça-chave para que conteúdos e serviços relevantes possam ser customizados para esse tipo de consumidores;
Razão dois:Conteúdo é tudo, não importa de onde vier
Para o publico leigo, conteúdo é conteúdo não importa da onde ele vem ( por cabo, pela Internet ou por Satélite), ancorados nessa visão, novos players de dentro e de fora da indústria surgirão para desafiar os operadores existentes, oferecendo aos usuários muito mais opções de escolha, pois o novo mantra entoado pelos players de OTT TV é : “O conteúdo é tudo”;
Razão três: Necessidade de Novos modelos de negócios para os Broadcasters e Operadoras
Ainda sobre a personalização da chamada grade de programação, veremos os usuários sendo capazes de construir portais de conteúdo personalizados ,agregando uma variedade de diferentes provedores de conteúdo, (incluindo os principais estúdios), isso fara surgir a necessidade de novos modelos de negócio que aproveitem as facilidades da integração de produtos e tecnologias, teremos então uma nova base de competição, a de consumo de conteúdo e não mais só de audiência.
Através dessa razões veremos então uma "Briga de gigantes" onde,as operadoras procurarão se consolidar ou formar alianças para competir contra esses prestadores de serviço OTT (Nomeadamente o GoogleTV e CIA) Essas Mega-operadoras devem criar serviços premium de conectividade e de conteúdo digital convergente, mas isso são puras especulações.
A única certeza até agora , como já disse antes, é que a Internet criou uma nova geração de consumidores de vídeo, com expectativas elevadas em relação a liberdade e flexibilidade da grade de programação, é através dessa nova ótica (tendência) que as operadoras devem enxergar o futuro.
Do meu ponto de vista, acho que o OTT é algo que os Broadcasters devem prestar atenção.Não só por que isso esta redefinindo o modelo de negócio de distribuição de vídeo,mas também todo o ecossistema ao redor dos dispositivos que estão se integrando aos televisores. Se antes, era impensável agregar uma placa de rede a uma TV, hoje descobrimos que Isso irá conduzir novas relações e relacionamentos e reordenar todos os outros existentes.
No passado com o surgimento do Triplo Play, onde as operadoras de cabo pareciam “ameaçar” as operadoras de telefonia com seus serviços de Voz sobre IP (VoIP). Hoje os serviços concorrem juntos. Hoje portais da Internet como o You Tube (Google) parecem ameaçar os Broadcasters, pois usam uma porta de entrada nunca antes imaginada na TV ( O IP). Mas isso deve ser momentâneo, pois o novo sempre assusta ,a saída (me parece) é tratar os serviços OTT, como é tratado a retransmissão do sinal da programação aberta para as oberadoras de Cabo e Satélite. Ainda que falte uma regulamentação para os serviços OTT, os Broadcasters devem trabalhar novos negócios no ecossistema OTT com as empresas que controlam os dispositivos e interfaces dos consumidores.
Se os Broadcaster forem capazes de vincular-se aos serviços OTT com modelos de negócio próximos do utilizados hoje para cabo e satélite eles ampliaram em muito sua presença entre o publico jovem que odeia sua grade de programação .
É importante entender, o que realmente define o modelo de negocio são os dispositivos que controlam o acesso as redes de serviços, sejam eles set top box , players de stream (embutidos ou não em televisores) ou consoles. 
O desafio que o OTT traz a este mercado, é que novos tipos de set-top boxes estão conectando a televisão a Internet e isso rompe o ecossistema que cresceu em torno do aparelho de televisão e isso é um mercado com o qual as operadoras de Tv por assinatura e os broadcasters ainda não sabem como lidar.
Porém ainda existem barreiras técnicas e juridicas a serem vencidas (Principalmente para os países da América Latina ).
As principais barreiras à adoção da OTT TV são:
  1. OTT TV precisa de dispositivos que suportem os seus novos padrões para tornar-se presente massivamente em qualquer lugar (ubiqüidade);
  2. Limitações de banda das atuais conexões, na maioria ADSL, impactam na qualidade requerida pelos conteúdos HD.
  3. Com exceção de determinados nichos, os custos ainda favorecem distribuidores tradicionais, no entanto com a queda de preços dos serviços IP essa diferença tende a desaparecer;
  4. Não podemos esquecer dos provedores de backbone ,eles são a “estrada” por onde os serviços de stream do OTT correm, e logo vão querer colocar restrições ao transporte deste tipo de tráfego; caso não sejam incluídos no modelo de negócio.

    É preciso lembrar que usabilidade nestes novos serviços é a palavra chave para cativar os usuários inexperientes e encantar os já “antenados” com a tecnologia. ( Lembrem-se TV não é PC).
No fim, o futuro sera IP. E cada vez mais e mais nossos televisores serão centrais de entreterimento e informação comandados por um publico livre .






terça-feira, 8 de março de 2011

Existem apenas 8 milhões de assinantes de IPTV nos países do BRIC



O número de assinantes de IPTV nos mercados emergentes do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) superou o volume de 8 milhões ao final de 2010, com a China dominando, de acordo com um novo relatório do IMS Research.
"Pouca infraestrutura e baiaxa penetração de banda larga são os grandes obstáculos para a adoção de IPTV nos mercados emergentes", disse John Kendall, analista de mercado no IMS Research. "Um bom exemplo é a Rússia, um país com baixa penetração de banda larga e com um mercado altamente segmentado, onde o crescimento da IPTV foi rápido, mas ainda representa menos de 1% de todos as residências com TV, ou 374 mil assinantes. De qualquer forma, este mercado continuará a crescer a um ritmo constante", disse ele.
O relatório prevê uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 13% para os países do BRIC, entre 2010 e 2015. O IMS Research prevê que os assinantes de IPTV da Rússia experimentem crescimento contínuo, mas este será inferior ao marco de um novo milhão até o final do período de previsão: "A maioria da absorção de IPTV, naturalmente, permanece em torno dos centros urbanos, densamente povoados, onde a infraestrutura existente pode oferecer a largura de banda necessária para a IPTV, e é onde se concentram os novos build-outs", acrescenta Kendall.

FONTE: E-THESIS- OPINIAO BALISADA

CPqD inaugura seu Laboratório de Estudos e Aplicações em RFID

O CPqD inaugurou seu Laboratório de Estudos e Aplicações em RFID - tecnologia de identificação por radiofrequência que vem ganhando cada vez mais espaço em diversos setores, como indústria de manufatura, distribuição e logística, varejo e até no rastreamento de animais e pessoas. O novo laboratório do CPqD é o único no Brasil que possui uma câmara semianecóica com capacidade para fazer avaliações simulando o uso da tecnologia RFID em ambientes de grandes dimensões - por exemplo, em centros de distribuição ou veículos.
"O objetivo é ajudar a indústria e outros setores usuários da tecnologia RFID a definir a melhor solução tecnológica para a sua aplicação", explica Hélio Graciosa, presidente do CPqD. Inaugurado pelo ministro da Ciência e Tecnologia Aloizio Mercadante, o laboratório começou a ser montado em junho de 2009 e contou com o apoio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), do MCT, e da Finep - Financiadora de Estudos e Projetos. O valor total do investimento atingiu R$ 8,8 milhões - R$ 8 milhões do FNDCT/Finep e R$ 800 mil do CPqD.

Para abrigar o novo laboratório, foi construído um prédio próprio, dentro do qual foi montada a câmara semianecóica, que tem 7 metros de altura, 19 metros de comprimento e 10 metros de largura. Completamente blindada, essa câmara é revestida internamente por placas absorsoras e simula um ambiente aberto, mas sem interferências eletromagnéticas externas. Com isso, é possível medir sinais de radiofrequência livres de interferências que podem mascará-los ou prejudicar o funcionamento do equipamento em teste. Esse é um requisito importante para o funcionamento adequado da tecnologia RFID.

Serviços diferenciados

O Laboratório de Estudos e Aplicações em RFID do CPqD fará três tipos principais de análises. Um deles é o teste e medição de radiofrequência (RF), destinado a verificar se os dispositivos RFID (leitores e etiquetas) estão em conformidade com os padrões e protocolos do mercado. Além disso, esse tipo de análise permite definir a melhor faixa de frequência a ser usada na aplicação, o encapsulamento adequado para a etiqueta (tag) RFID, ou ainda o melhor  posicionamento da tag em relação ao leitor, levando em conta uma série de fatores - entre eles, o material da superfície em que a etiqueta será aplicada (existem materiais, como o vidro e o metal, que provocam interferências ou reflexão dos sinais de radiofrequência).

Outro tipo de estudo realizado pelo laboratório permitirá verificar se as etiquetas e leitores RFID estão de acordo com os padrões da EPCglobal, entidade responsável pela implementação do Código Eletrônico de Produtos (EPC) adotado pela indústria de bens de consumo e a cadeia logística - segmentos que concentram a maior parte das aplicações da tecnologia RFID atualmente. Para realizar essas análises, o novo laboratório dispõe de cenários de esteira e portal adaptados ao padrão EPC.

Além disso, o laboratório de RFID do CPqD atuará no desenvolvimento, teste e simulação de aplicações baseadas nessa tecnologia, nos mais diversos segmentos e cenários. Isso envolve a integração da aplicação RFID a outras tecnologias, como redes de sensores, biometria e redes de comunicação sem fio - entre elas, ZigBee e celular, que poderão ser usadas na transmissão das informações armazenadas no chip RFID para um sistema corporativo de gerência, por exemplo.

Na verdade, o CPqD já trabalha com a tecnologia RFID desde 2007, tendo desenvolvido vários projetos para grandes indústrias brasileiras que buscaram na identificação por radiofrequência soluções para controlar e rastrear documentos e itens críticos da linha de produção. Seu primeiro projeto, desenvolvido para a Petrobras, consis
tiu na implantação de uma aplicação RFID para o rastreamento de amostras de produtos químicos nos laboratórios de uma refinaria.

Com o novo laboratório, o CPqD deverá expandir sua oferta de serviços nessa área, atendendo não só à indústria e outras empresas usuárias do RFID como também a desenvolvedores de soluções baseadas nessa tecnologia.
Nota: Informações fonecidas pelo CPqD