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quinta-feira, 17 de abril de 2014

NOTAS DA NAB 2014 ( PARTE 1) : O Mundo IP é Inevitavel













Fazendo uma revisão rápida, até o momento o tema mais abordado durante toda a NAB 2014 é a migração da infraestrutura broadcast para IP. Deixar para trás os cabos SDI e protocolos proprietários e passar a usar Cat6 e Cat7 parece cada vez mais uma realidade bastante próxima para a indústria. Durante o primeiro dia do SET e Trinta, Tobias Kronenwett, especialista da Lawo/LineUp fez uma apresentação sobre o tema, abordando as vantagens da nova arquitetura e as possibilidades concernentes à produção remota.
Demontrou uma série de vantagens que fazem do IP uma estrutura superior aos sistemas atuais. A primeira, e mais importante, é o fato de se tratar de uma arquitetura à prova de obsolescência. Com empresas como a Cisco puxando a capacidade de banda e integração a uma velocidade absurda, pode-se ter certeza que as redes IP vão sempre estar prontas para suportar as demandas do broadcaster.
Outras vantagens que o especialista abordou foram: a ausência de protocolos proprietários; a existência de componentes padrão, que podem ser comprados facilmente; Redundância já bem estruturada; E a possibilidade de WAN nativo. “Outra vantagem clara é a segurança da rede. Muitos profissionais de televisão dizem não confiar na segurança de uma rede IP. Estes caras precisam lembrar, porém, que toda a parte de Archiving das emissoras já é IP… então, se a emissora confia seus ativos de mídia à esta tecnologia, é por que sabe que é segura”, brincou.
Dando um contraponto a todos esses benefícios, Silvino Almeida da Tektronix, começou sua palestra falando sobre : Como não é só de facilidades que é feito o fluxo de trabalho IP. Existe uma série de variáveis e particularidades que precisam ser levadas em conta quando se projeta uma infraestrutura para broadcast baseada em um fluxo tapeless.
“É muito importante lembrarmos que as redes IP não foram concebidas como formas dedicadas para trafego AV”, começou Almeida. De acordo com o especialista, devido à esta característica, é preciso que haja um controle de qualidade extremamente eficiente para garantir que a infraestrutura entregue um produto final de qualidade.
Em seguida, Almeida listou quais são os principais desafios para quem está migrando para fluxo de trabalho IP. “O primeiro grande problema é a não existência de um padrão forte, como o SDI. Na verdade o que existe é centenas de diferentes tipos de arquivo, como variados formatos de MPEG2, por exemplo”, explicou. Desta forma, ao projetar a infraestrutura, é preciso obter hardware e software que seja capaz de lidar com todos os formatos.
Outro desafio esta na dificuldade de localizar onde estão os problemas quando estes surgem. “Em uma estrutura IP, cada dispositivo é um interpretador de protocolo, portanto, se um anúncio trava no playout, como fazemos para saber se o problema foi no arquivo em si, ou no servidor de playout?”, questionou o palestrante.
Almeida levantou ainda os problemas que ocorrem em momentos de pico de uso da rede IP, o que pode gerar latências. “É muito importante superar estes desafios por que a infraestrutura IP é barata e a migração é necessária”, afirmou.
Dentre os processos que podem servir como solução para estes entraves, está a necessidade de ter dentro da estrutura ferramentas analisadoras que permitam “debugar” o processo e encontrar os erros. “Temos acompanhado o surgimento desta ferramenta chamada QCloud, que é um conceito novo de distribuição em nuvem usando o Amazon Web Services”, explicou.
De acordo com o palestrante, o QCloud é um serviço que permite gerenciar a estrutura de maneira extremamente simplificada, com a geração de diversos relatórios de fácil interpretação para encontrar onde estão os problemas. “Um serviço como este permite um controle total e além disso pode ser operado por alguém sem uma grande especialização, baixando custos de mão de obra”, concluiu.
Seja como for de fato o grande assunto da NAB 2014 é a migração dos sistemas de infraestrutura das emissoras para o protocolo IP. Depois de vermos os fabricantes de transmissores e das empresas de TI abordarem o tema, foi a vez de Erick Soares, da Sony Brazil, falar sobre Sincronização e Clock em redes IP.
“O 4K já é uma realidade para o consumidor. A venda de televisores UHD já nos deu a padronização no que diz respeito à profundidade de cor e quadros por segundo, por exemplo”, começou Soares. Outro ponto destacado pelo palestrante foi a já evidente escolha do HDMI 2 (4K, 60p, 4:2:2 e 12 bit) como a forma que a imagem vai entrar na televisão.
“Com estas tecnologias acessíveis já há fluxo 4K completo da produção ao consumo, então precisa-se repensar o transporte”, explicou. De acordo com Soares, a quantidade de cabeamento padrão se torna um problema quando é preciso  4 conexões 3G para trafegar 4K. “Em nossa Unidade Movel da copa das confederações, foram 360 cabos BTN, ou seja, 260 kg. Se tivéssemos feito tudo em rede, este número cairia para 88 cabos com 11 kg (ou 40 kg em caso de cabos trançados)”, ilustrou.
Em seguida levantou as duas principais preocupações que devem ser levadas em conta quando se pensa na sincronização do sistema. A primeira diz respeito à adotar o padrão IE1588 para garantir o tráfego de vídeo. “Outro ponto crítico é o controle de qualidade do serviço da rede. É preciso de um grande controle de banda e alocação para garantir que o vídeo sempre tenha prioridade máxima e ininterrupta”.



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