Fazendo uma revisão rápida, até o momento o tema mais abordado
durante toda a NAB 2014 é a migração da infraestrutura broadcast para IP.
Deixar para trás os cabos SDI e protocolos proprietários e passar a usar Cat6 e
Cat7 parece cada vez mais uma realidade bastante próxima para a indústria.
Durante o primeiro dia do SET e Trinta, Tobias Kronenwett, especialista da Lawo/LineUp
fez uma apresentação sobre o tema, abordando as vantagens da nova arquitetura e
as possibilidades concernentes à produção remota.
Demontrou uma série de vantagens que fazem do IP uma estrutura
superior aos sistemas atuais. A primeira, e mais importante, é o fato de se
tratar de uma arquitetura à prova de obsolescência. Com empresas como a Cisco
puxando a capacidade de banda e integração a uma velocidade absurda, pode-se
ter certeza que as redes IP vão sempre estar prontas para suportar as demandas
do broadcaster.
Outras vantagens que o especialista abordou foram: a ausência de
protocolos proprietários; a existência de componentes padrão, que podem ser
comprados facilmente; Redundância já bem estruturada; E a possibilidade de WAN
nativo. “Outra vantagem clara é a segurança da rede. Muitos profissionais de
televisão dizem não confiar na segurança de uma rede IP. Estes caras precisam
lembrar, porém, que toda a parte de Archiving das emissoras já é IP… então, se
a emissora confia seus ativos de mídia à esta tecnologia, é por que sabe que é
segura”, brincou.
Dando um contraponto a todos esses benefícios, Silvino Almeida da
Tektronix, começou sua palestra falando sobre : Como não é só de facilidades
que é feito o fluxo de trabalho IP. Existe uma série de variáveis e
particularidades que precisam ser levadas em conta quando se projeta uma
infraestrutura para broadcast baseada em um fluxo tapeless.
“É muito importante lembrarmos que as redes IP não foram
concebidas como formas dedicadas para trafego AV”, começou Almeida. De acordo
com o especialista, devido à esta característica, é preciso que haja um
controle de qualidade extremamente eficiente para garantir que a infraestrutura
entregue um produto final de qualidade.
Em seguida, Almeida listou quais são os principais desafios para
quem está migrando para fluxo de trabalho IP. “O primeiro grande problema é a
não existência de um padrão forte, como o SDI. Na verdade o que existe é
centenas de diferentes tipos de arquivo, como variados formatos de MPEG2, por
exemplo”, explicou. Desta forma, ao projetar a infraestrutura, é preciso obter
hardware e software que seja capaz de lidar com todos os formatos.
Outro desafio esta na dificuldade de localizar onde estão os
problemas quando estes surgem. “Em uma estrutura IP, cada dispositivo é um
interpretador de protocolo, portanto, se um anúncio trava no playout, como
fazemos para saber se o problema foi no arquivo em si, ou no servidor de
playout?”, questionou o palestrante.
Almeida levantou ainda os problemas que ocorrem em momentos de
pico de uso da rede IP, o que pode gerar latências. “É muito importante superar
estes desafios por que a infraestrutura IP é barata e a migração é necessária”,
afirmou.
Dentre os processos que podem servir como solução para estes
entraves, está a necessidade de ter dentro da estrutura ferramentas
analisadoras que permitam “debugar” o processo e encontrar os erros. “Temos
acompanhado o surgimento desta ferramenta chamada QCloud, que é um conceito
novo de distribuição em nuvem usando o Amazon Web Services”, explicou.
De acordo com o palestrante, o QCloud é um serviço que permite
gerenciar a estrutura de maneira extremamente simplificada, com a geração de
diversos relatórios de fácil interpretação para encontrar onde estão os
problemas. “Um serviço como este permite um controle total e além disso pode
ser operado por alguém sem uma grande especialização, baixando custos de mão de
obra”, concluiu.
Seja como for de fato o grande assunto da NAB 2014 é a migração dos sistemas de
infraestrutura das emissoras para o protocolo IP. Depois de vermos os
fabricantes de transmissores e das empresas de TI abordarem o tema, foi a vez
de Erick Soares, da Sony Brazil, falar sobre Sincronização e Clock em redes IP.
“O 4K já é uma realidade para o consumidor. A venda de televisores
UHD já nos deu a padronização no que diz respeito à profundidade de cor e
quadros por segundo, por exemplo”, começou Soares. Outro ponto destacado pelo
palestrante foi a já evidente escolha do HDMI 2 (4K, 60p, 4:2:2 e 12 bit) como
a forma que a imagem vai entrar na televisão.
“Com estas tecnologias acessíveis já há fluxo 4K completo da
produção ao consumo, então precisa-se repensar o transporte”, explicou. De
acordo com Soares, a quantidade de cabeamento padrão se torna um problema
quando é preciso 4 conexões 3G para
trafegar 4K. “Em nossa Unidade Movel da copa das confederações, foram 360 cabos
BTN, ou seja, 260 kg. Se tivéssemos feito tudo em rede, este número cairia para
88 cabos com 11 kg (ou 40 kg em caso de cabos trançados)”, ilustrou.
Em seguida levantou as duas principais preocupações que devem ser
levadas em conta quando se pensa na sincronização do sistema. A primeira diz
respeito à adotar o padrão IE1588 para garantir o tráfego de vídeo. “Outro
ponto crítico é o controle de qualidade do serviço da rede. É preciso de um
grande controle de banda e alocação para garantir que o vídeo sempre tenha
prioridade máxima e ininterrupta”.
que bom
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